Besouro...
Paguei pra ver.
As imagens do filme Besouro que estavam disponíveis na Internet antes de seu lançamento, prometiam um belo filme de ficção. Mais do que isso. O tema traz para as telas do cinema a historia de um lendário capoeira de Santo Amaro da Purificação. Famoso por bater na polícia e patrões, bem como fugir de perigos com o dom das suas rezas.
Mas o que esperar de um filme de ficção? Para o publico capoeira, com seu senso critico aguçado, muitas vezes espera a perfeição. Entre essa galera, lá estava eu.
Fiquei decepcionado ao ver Mestre Alípio morrer como um vacilão desatento no boteco, ou Besouro lutar Kung Fu e Exu Deus da comunicação, ser apresentado injustamente e mais uma vez com um tom demoníaco, entre outras deficiências de roteiro e direção, pois sou um tradicionalista conservador da minha cultura. Mas, fiquei feliz em ver Mestre Alípio transmitindo palavras de sabedoria e orgulho negro a seus meninos e fiquei emocionado em ver a negrada na telona sem reproduzir o estereótipo do traficante favelado.
Contudo, entre orgulhos e decepções, sabemos que esse filme é uma faca de dois legumes.
Ao mesmo tempo em que, abre as portas e a percepção do mundo do cinema para a Capoeira de maneira positiva, como o Mestre Nestor Capoeira não alcançou em sua época (a pesar de eu ter gostado muito mais do filme dele “Cordão de Ouro” da década de 70). O filme (sendo filme) apresenta muitas inverdades e algumas distorções sobre a nossa querida arte.
Compreendo a estratégia de mercado, ao trazer o chinês pra coreografar as lutas, o cara vendeu o peixe, e os produtores compraram com dinheiro brasileiro. Mas pense comigo camarada: a Capoeira Angola, originária de Santo Amaro (terra do Besouro), tem tantos recursos próprios, que nada se assemelham a esses pulos de doido. Se você valoriza um bom Mestre de Capoeira, pagando o que pagou pro gringo, você teria lutas inéditas nunca vistas no cinema. Isso unido a um bom diretor e um bom câmera, com planos ousados ia ficar o bicho. O que aconteceu? Foi medo das tradições ou da inovação? A maioria das inovações da moda de hoje, se baseia em designes antigos, como a calça boca de sino por exemplo, entre outras.
A questão primordial que estou colocando, é que se você, ou seja, quem for, quer trabalhar com a temática Capoeira, ainda que com a melhor das intenções (que tem de monte no inferno) não é mais que obrigação consultar quem manja, quem conhece. Se não, em vez de fazer um trabalho pra valorizar a Capoeira, você dá um tiro no nosso pé.
Ainda assim, fiquei chateado em chegar naquela quinta feira e encontrar a sala do cinema vazia, pela falta de interesse do publico. Depois soube que era exceção, pois o filme ta bombando. Recomendo pra quem não assistir que assista e tire suas conclusões. Incentivo todas as produções visuais que coloquem a Capoeira em evidência e o negro como protagonista. Nesse sentido, parabenizo a iniciativa. Não posso deixar de parabenizar a atuação dos atores que quebraram tudo. E espero que meu senso crítico seja construtivo e colabore para a qualidade das produções futuras.
Que venham muitos filmes, livros, novelas e quadrinhos. A Capoeira merece essa atenção.
Besouro preto, Besouro de Mangangá.Na roda de Capoeira todo mundo ouviu falar...
Paguei pra ver.
As imagens do filme Besouro que estavam disponíveis na Internet antes de seu lançamento, prometiam um belo filme de ficção. Mais do que isso. O tema traz para as telas do cinema a historia de um lendário capoeira de Santo Amaro da Purificação. Famoso por bater na polícia e patrões, bem como fugir de perigos com o dom das suas rezas.
Mas o que esperar de um filme de ficção? Para o publico capoeira, com seu senso critico aguçado, muitas vezes espera a perfeição. Entre essa galera, lá estava eu.
Fiquei decepcionado ao ver Mestre Alípio morrer como um vacilão desatento no boteco, ou Besouro lutar Kung Fu e Exu Deus da comunicação, ser apresentado injustamente e mais uma vez com um tom demoníaco, entre outras deficiências de roteiro e direção, pois sou um tradicionalista conservador da minha cultura. Mas, fiquei feliz em ver Mestre Alípio transmitindo palavras de sabedoria e orgulho negro a seus meninos e fiquei emocionado em ver a negrada na telona sem reproduzir o estereótipo do traficante favelado.
Contudo, entre orgulhos e decepções, sabemos que esse filme é uma faca de dois legumes.
Ao mesmo tempo em que, abre as portas e a percepção do mundo do cinema para a Capoeira de maneira positiva, como o Mestre Nestor Capoeira não alcançou em sua época (a pesar de eu ter gostado muito mais do filme dele “Cordão de Ouro” da década de 70). O filme (sendo filme) apresenta muitas inverdades e algumas distorções sobre a nossa querida arte.
Compreendo a estratégia de mercado, ao trazer o chinês pra coreografar as lutas, o cara vendeu o peixe, e os produtores compraram com dinheiro brasileiro. Mas pense comigo camarada: a Capoeira Angola, originária de Santo Amaro (terra do Besouro), tem tantos recursos próprios, que nada se assemelham a esses pulos de doido. Se você valoriza um bom Mestre de Capoeira, pagando o que pagou pro gringo, você teria lutas inéditas nunca vistas no cinema. Isso unido a um bom diretor e um bom câmera, com planos ousados ia ficar o bicho. O que aconteceu? Foi medo das tradições ou da inovação? A maioria das inovações da moda de hoje, se baseia em designes antigos, como a calça boca de sino por exemplo, entre outras.
A questão primordial que estou colocando, é que se você, ou seja, quem for, quer trabalhar com a temática Capoeira, ainda que com a melhor das intenções (que tem de monte no inferno) não é mais que obrigação consultar quem manja, quem conhece. Se não, em vez de fazer um trabalho pra valorizar a Capoeira, você dá um tiro no nosso pé.
Ainda assim, fiquei chateado em chegar naquela quinta feira e encontrar a sala do cinema vazia, pela falta de interesse do publico. Depois soube que era exceção, pois o filme ta bombando. Recomendo pra quem não assistir que assista e tire suas conclusões. Incentivo todas as produções visuais que coloquem a Capoeira em evidência e o negro como protagonista. Nesse sentido, parabenizo a iniciativa. Não posso deixar de parabenizar a atuação dos atores que quebraram tudo. E espero que meu senso crítico seja construtivo e colabore para a qualidade das produções futuras.
Que venham muitos filmes, livros, novelas e quadrinhos. A Capoeira merece essa atenção.
Besouro preto, Besouro de Mangangá.Na roda de Capoeira todo mundo ouviu falar...
Falou e disse...
ResponderExcluirbom... eu assisti ao filme e também esperava mais sobre o assunto, que fosse mais mostrado a arte da capoeira e menos tido como "diabo" os exus que na verdade não são assim
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