quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"POESIA, ATABAQUE E MANDINGA" - Abertura do Festival "Consciência em Poesia"

Editando uma roda no chão carioca, a Edições Toró vem com a Poesia das ladeiras de Akins Kinte e de Allan da Rosa, com a dança de rua mesclada ao giros d´Afro de Mateus Subverso e do B-Boy Jeff, mais a geometria da percussão de Márcio Nêgo Folha.

Vamo nóis, por ventos que vem de longe no tempo, com as urgências e reflexões do hoje, do nosso sol. Vamo com uma pitadinha de teatro, tocando nossa flauta, nossa calimba e jogando nossa angola.

Cola no no sítio da Toró, o www.edicoestoro.net, onde tu podes ver um trecho dessa apresentação. Ali no sítio também giram as águas dos livros, dos programas de rádio-literatura, entrevistas, vídeos e pesquisas de quem pratica os estudos nas praias paulistanas, na literatura periférica e na africania da educação e da transmissão do saber.

Convidando de verdade e agradecidos pela atenção,

Edições Toró.

http://www.edicoestoro.net/videos/poesia-atabaque-e-mandinga.html

http://www.iteia.org.br/jornal/oi-futuro-oferece-programacao-especial-em-homenagem-ao-mes-da-consciencia-negra

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Oficinas de Video/Arte e Cultura Negra na Fundacao Casa

Estou trabalhando como arte educador na Fundação Casa (mais conhecida como FEBEM) e, lá, a rapaziada que participa dessas oficinas estão produzindo vários vídeos, em sua maioria animações que tão ficando o bicho, tá dahora mesmo.
Aproveitando a deixa, vou dizer mais uma vez o que muitos já sabem, mudaram o nome mas, a estrutura é a mesma. A Fundação continua seguindo a mesma lógica de presídios e embora haja aqueles que querem mudar essa realidade, muito pouco ou quase nada se vê sobre propostas sérias de prevenção para que essa mulecada (no melhor sentido da palavra) pare de ser "menores infratores".
Sigo minha sina de fortalecer meus iguais, para impedir da maneira que for possível, o plano de extermínio da juventude negra. E boto fé, que todos ali podem vencer, enquanto isso, mesmo os que se dão por vencidos, vão continuar dando trabalho, pros vermes montados na grana e pros vermes fardados.

Curta os curtas, os minino é bão.




quarta-feira, 28 de julho de 2010

FESTA BEABA DO BERIMBAU





HISTORICO - parte 2

A produção de “Histórias de Tio Alípio e Kauê – O Beabá do Berimbau” foi um trabalho de 8 meses feito por uma equipe dedicada, texto e arte do Marcio Folha, material de apoio para educadores de Elis R. F. do Vale com participação de Vanisio da Silva, revisão de texto de Ângela Grillo, editoração de Ed Peixoto, apresentação de Oswaldo Faustino, Capa de Denis Figueiredo, fotos Nanau Cassimano e Mestre Milton Fotógrafo, produção e marketing de Marciano Ventura e a valiosa orientação capoeirística do Contra-Mestre Pingüim.
No processo de elaboração do livro, foi realizada uma pesquisa através de bibliotecas, videotecas, museus e, entre outras fontes, entrevistas com Mestres de capoeira e sacerdotes das religiões de matriz africana. A coleta desses materiais resultou na criação de um documentário: O Berimbau de Ouro. Este vídeo conta a história do berimbau e um pouco sobre o saudoso Mestre Gato Preto, um dos maiores tocadores de Berimbau do mundo que recebeu o título de Berimbau de ouro da Bahia após uma competição com Mestre Canjiquinha e Mestre Vermelho 27, entre outros. O vídeo está em processo de finalização, embora já tenha sido exibido nos lançamentos do livro. Em breve estara disponivel a todos.
Para o momento, decidimos mostrar ao público a lenda, que foi reproduzida no livro, da maneira que foi contada pelo ContraMestre Pinguim, A LENDA DO BERIMBAU:

terça-feira, 27 de julho de 2010

HISTORICO - parte 3

Organizamos em outubro de 2009 diversos lançamentos para o livro “Histórias de Tio Alípio e Kauê – O Beabá do Berimbau”, o primeiro foi feito na sede do grupo Guerreiros de Senzala. Foi uma grande festa com a participação especial de Mestre Gato Góes, filho do saudoso Mestre Gato Preto de Santo Amaro da Purificação. Houve roda de capoeira, apresentação de dança afro e makulelê, samba de roda, exibição e muito mais.
Estiveram presentes também os Mestres: Pato, Zelão e Dinho Nascimento, pra somar na vadiação vieram meus amigos, discípulos de Mestre Bigo, a turma do Mestre Ananias e muitos outros capoeiristas de São Paulo. A roda tava animada, o berimbau bem tocado, o gunga, médio e viola, tocava cadenciado...

HISTORICO - parte 1

Este blog foi criado em 2009 com o objetivo de divulgar o livro “Histórias de Tio Alípio e Kauê – O Beabá do Berimbau” de Marcio Folha begin_of_the_skype_highlighting     end_of_the_skype_highlighting, editado em outubro de 2009 pelo projeto editorial: Ciclo Contínuo. A edição deste livro só foi possível por ter sido contemplado pelo programa VAI daquele ano.

A história do livro foi escrita e desenhada pelo autor Marcio Folha e conta ainda com um riquíssimo material de apoio para educadores, escrito pela Mestranda em Pedagogia Elis Regina Feitosa do Vale, com participação do Matemático Vanísio da Silva. Elis colaborou também com sua poesia “Berimbalando Capoeranças”, assim como fez Raquel Almeida com “Ao ouvir” e Marcio Batista com “Pelo Brasil”. São três poesias que falam sobre o berimbau, confiram:

Berimbalando as Capoeranças

Elis R. F. do Vale

tchi tchi TOON TIIIIIM....

Fecharam nossa africanidade

Num gigante baú de riqueza

De madeira falsidade

No cadeado a tranqueza

C’o chumbo de meias-verdades

Míope vesga marvadeza

Porque o levante é liberdade

E não caneta de princesa

Um imaginário com idade

E nossas linhagens realeza?

Meu sobrenome de verdade?

Quero sentir minha ascendência

Ilê Axé é liberdade

E não caneta de princesa

Não a dor na costa que arde

Na servidão com ligeireza

É no corpo a espiritualidade

Minha negritude com beleza

No axé da ancestralidade iê

Maculelê iê capuera

Nossas roda é viva liberdade

E não caneta de princesa

Em falá nisso a gente sabe

Num devo favô a essa carnicêra

Não é papel é guerra, é arte

É vermelha e quente correnteza

A voz do Gunga é liberdade

E não caneta de princesa

Oritempoespaço unidade

mulher negra, herança proeza

Sempre à prova a dignidade

Gingo fiel à minha natureza

Nossas mãe preta é liberdade

E não caneta de princesa

Canto aqui nossa fertilidade

Zóio de águia fitando o cegueta

Guerra e festa é nossa integridade

Quilombagagens mocambelezas

Porque nossa vivexistência é liberdade

E não caneta de princesa...


poesia extraída do livro “Negrafias – literatura e identidade.”

Ao ouvir...

Raquel Almeida

Ao ouvir seu som

Me embalo...

Antes não sabia o porquê

Seu som me envolve

Seu som me contagia

Lembro das rodas que assistia

Naquela dor profunda

Dançava pra aliviar a tristeza

Lembrança da nossa mãe

Deixada ao léu

Lembrança do lindo amanhecer

Do sol a brilhar no céu

Ao ouvir seu som

Eu continuo contagiada

E hoje eu sei quem pra mim o tocava

Era ele, e com esperança eu dançava...

Teu som é lindo

Teu som é essência

Teu som é embalado pela liberdade

Que me incendeia

Seu som é meu, seu som é nosso

Seu som sempre será lembrado

Em nossos povos

TCHI... TCHI... TIM

TOM... TOM...

TCHI... TCHI... TIM

TOM... TOM...

Me embale, me embale…

Estou emocionada…

Com seu toque berimbau

Me sinto livre...

Com seu toque escuto a esperança

Com seu toque sinto que o pedaço

Arrancado de mim

Está preenchido

Com seu toque...

TCHI... TCHI... TIM

TOM... TOM...

Com seu toque berimbau...


poesia extraída do livro “Negrafias – literatura e identidade.”




Berimbaus

Márcio Batista


Pelo Brasil

em todos os estados

atentos pelas cidades

os meninos, as meninas

Atendem ao chamado

celebram por liberdade

em homenagem aos ancestrais,

lutam, cantam, dançam

em ressonância aos berimbaus...


extraída do livro “Meninos do Brasil.”